Vestidos de Yohji Yamamoto invadem museu em Londres
A moda está em cartaz no Victoria and Albert, em Londres. As cerâmicas, as tapeçarias e as pinturas do museu ganharam nova companhia, ao menos temporariamente: as peças por vezes estruturadas, por vezes fluidas, do estilista japonês Yohji Yamamoto, tema de exposição que vai até 10 de julho.
No total, são cerca de 80 manequins, a maior parte agrupada em um espaço principal e outros espalhados em seis salas de diferentes andares do prédio. Eles evidenciam o talento do designer, que nasceu em Tóquio em 1943 e fundou a grife com seu nome no início da década de 1980.
O visitante pode passear entre os vestidos, a maioria na cor preta, que Yamamoto descreve como “modesta e arrogante ao mesmo tempo”. Os pretinhos são pouco básicos, mesmo que sua languidez possa deixar essa impressão. Ora é uma assimetria, ora são as dobraduras parentes do origami, ou ainda tranças. Outras vezes, a cor surge misturada a tecidos florais de quimono ou em sobreposições que fazem referência ao modo de vestir japonês.
As formas estruturadas, quase arquitetônicas, também aparecem. Aqui e ali, pontos luminosos de cor, seja no vestido todo amarelo acompanhado de chapéu enorme, da coleção verão de 1997, seja na peça vermelha de formas cúbicas, feita em feltro, do inverno de 1991. O estilista não teme os tecidos diferentes, como feltro e neoprene, que emprestam ares rústicos e/ou modernos, e também gosta de recuperar técnicas tradicionais de seu país, seja de bordado ou tingimento.
A exposição também conta com vídeos de alguns desfiles, sempre bastante performáticos, catálogos, fotos de sua colaboração com a coreógrafa alemã Pina Bausch e trechos de filmes de Takeshi Kitano, como Dolls e Brother, nos quais Yohji Yamamoto assina o figurino. É uma boa chance de ver e entender a obra multifacetada e o jeito de pensar de um dos grandes estilistas do mundo.
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